#Timão109: Medalhista olímpico em 2012, Thiago Pereira relembra trajetória vitoriosa com o Corinthians

No mesmo ano que o Timão conquistou a Libertadores e o bicampeonato mundial, Thiago Pereira foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Londres

31/08/2019 11h00 Agência Corinthians

A- | A+

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians


Neste domingo (01), o Corinthians comemora 109 anos de fundação. Para comemorar esta data, o Corinthians.com.br entrevistou alguns personagens importantes da história centenária do Timão. Um dos principais esportes alvinegros, a natação foi muito bem representada entre 2010 e 2012. Na época, o nadador Thiago Pereira fazia parte da equipe sênior da modalidade e colecionou títulos representando o Coringão.

Além dos títulos pelo clube em campeonatos nacionais, Thiago também brilhou nas piscinas internacionais representando o Brasil. E a principal conquista veio em 2012, que também é um ano inesquecível para o Timão, quando conquistou a Libertadores da América invicto e o Mundial de Clubes no fim daquele ano. Nas Olimpíadas de Londres, o nadador foi medalhista de prata nos 400m medley, principal conquista da sua carreira.

Confira na íntegra a entrevista com Thiago Pereira:

À época, como era sua expectativa de representar o Corinthians?

Para mim foi uma honra representar o clube, acabei fazendo amizades. Foi um prazer, junto com o Andrés, à época que foi a pessoa que me levou para o clube. Hoje está presente novamente no clube. Acabou virando um grande amigo. O período que eu fiquei no Corinthians foi sensacional, todos os resultados que eu tive. Falo que o meu primeiro ano foi o no centenário do clube e brinco que eu fui o único título que o clube teve, onde eu conquistei a Copa do Mundo e fui o único atleta brasileiro da natação com esta conquista.

E como foi o seu início e trajetória no Alvinegro?

Para mim já foi uma honra já começar com o pé-direito e cada ano foram inesquecíveis. Em 2010 foi o título da Copa do Mundo. Em 2011, a gente veio com o Pan-Americano de Guadalajara, onde eu novamente conquistei oito medalhas, com seis de ouro, uma de prata e uma de bronze, e foi ali onde se criou o apelido de “Mister Pan”. Então, foi um ano que antecedia os Jogos Olímpicos. Até hoje eu tenho aqui a camisa que o Andrés me deu das medalhas, toda aquela homenagem no clube. Então, eu falo que a cada ano foi inesquecível, cada ano teve uma conquista, que foi uma grande conquista. Em 2012, veio a Olímpiada de Londres, que foi o grande marco da minha carreira e onde finalmente eu conquistei o meu grande sonho, que era estar num pódio olímpico conquistando aquela medalha de prata. Então, eu falo que o período que eu estive no Corinthians foi inesquecível e de resultados inesquecíveis.  Não só Olímpico, como Pan-Americano, Copa do Mundo, Mundial, então vieram tudo em conjunto no período que eu estava aí dentro do clube.

Como foi a experiência de nadar em um clube com uma torcida apaixonada, independente do esporte?

Para mim foi diferente nadar em clube com tanta torcida. Gabi, a minha esposa, também é corinthiana roxa. Então foi muito legal fazer parte deste time, de participar de algumas conquistas que o Corinthians não tinha e eu estava presente. O título do Brasileiro absoluto, a gente estava presente no clube. Alguns revezamentos que a gente ganhou e muitos outros. Foram três anos ali que realmente deixaram só lembranças boas. E não só para mim, mas como para o clube também.

Como está a sua relação com o clube, mesmo após sua passagem?

Até hoje a gente continua com essa parceria, mesmo eu não competindo mais. A gente continua junto com o Troféu Thiago Pereira, que fizemos ano passado. Este ano nós vamos realizar o evento novamente no dia 14 de setembro. Então essa parceria com o Corinthians não foi só na época que eu estava aí, mas eles ainda continuam estimulando muito a natação, muito o esporte. E tem me apoiado bastante o Andrés, junto com o clube, neste Troféu Thiago Pereira, que tem sido um desafio para mim. Essa competição faz inclusão junto com paratletas e atletas convencionais. Eu falo que isso realmente é inclusão, porque a gente separar competição um fim de semana de paratleta e outro de fim de semana de atleta convencional, eu falo que isso não é inclusão. A gente coloca eles para competir juntos, participar da premiação e o Corinthians, como sempre na minha vida, e tem sido um grande parceiro nesse projeto também.

A medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi o seu momento mais marcante no Corinthians?

Foi um sonho de criança estar ali naquele pódio. Eu sempre busquei e que a gente sabe a dificuldade que é. Quando é Jogos Olímpicos, se a gente não conquista o resultado em uma primeira Olímpiada, a gente tem que esperar quatro anos para poder tentar de novo. Essa é a dureza de ser atleta olímpico e eu fui conseguir no meu terceiro ciclo olímpico e batendo na trave muitas das vezes. Fui quinto em 2004 e quarto em 2008. E tendo adversários ali que não foram quaisquer adversários. Tinham três pessoas, que quem é do mundo da natação sabem o que representam esses três. E ter chegado a minha medalha. Poxa, quando a gente fala de quarto lugar e algo que eu fui muito criticado na minha carreira. Que quarto lugar e último lugar é a mesma coisa... É fácil as pessoas pensarem e julgando sem se colocarem na situação. Acho que se as pessoas começarem a olhar os nossos resultados em Jogos Olímpicos, quando a gente fica em quarto. E se elas imaginarem sendo o quarto melhor do mundo no que ela faz, acho que as pessoas mudariam e dariam mais valor da nossa representatividade quando a gente está nos Jogos Olímpicos, quando a gente está no Mundial. Às vezes as pessoas olham e falam: 'Nossa, quarto lugar, que horrível'. Se elas parassem para pensar e imaginasse se fosse o quarto ou sexto melhor do mundo no que se faz, seja da tia do café ou de um CEO de uma empresa. Então, quando a gente mudar um pouco essa cultura do Brasil, nós também vamos conseguir evoluir cada vez mais  dentro do esporte, como um todo.

Como você se sente em fazer parte da história do Corinthians, que completa 109 anos no domingo?

Para mim é uma honra. Eu falo que eu tenho minha plaquinha lá no trampolim, que foi uma homenagem que o clube fez para mim na época. Então, todo mundo que eu falo para ir lá no Corinthians, eu falo que a minha plaquinha está lá na parede. Eu acho que não foi só uma honra representar o clube, mas independente disso, eu acho que o mais importante é o clube ainda continuar acreditando no esporte, continuar apoiando uma causa de competição como essa que eu venho fazendo, que não é fácil. A gente sabe como é difícil buscar apoio no país, e eu acho que também é pelo momento que o Brasil está vivendo. Politicamente e economicamente, a gente sabe que é uma crise que está afetando todos os setores, inclusive o esporte. E eu sei também que, independente do que a gente conquistou no passado, o que mais me alegra dentro do Corinthians hoje em dia é continuar acreditando nos meus projetos, independente se eu estou na ativa ou não. Então, isso sim eu acho que outros clubes deveriam seguir como exemplo, porque eu acho que é assim que nós vamos mudar o futuro do nosso esporte. É a gente continuar apoiando, continuar estimulando essa criançada, que é no intuito, dentro da competição, dentro dos meus camps, eu quero cada vez mais atletas competindo, cada vez mais nadadores estando presente, buscando treinamento, aprendendo a nadar. Porque a natação, ela tem uma outra importância, além de competição. Eu acho que hoje afogamento é a terceira maior causa de morte no nosso país. E a natação é o único esporte que a gente consegue reduzir isso.

Se você pudesse definir o Corinthians em palavras, quais seriam?

Força, coragem, resiliência e persistência.


Tags: Notícias, Especiais, Natação, #Timão109

Categoria(s): Especiais, Natação, #Timão109