#Timão109: Gustavinho conta sobre sua paixão pelo Timão e sua passagem pelo clube

Capitão do título da Liga Ouro de 2018, ex-atleta é um corinthiano fanático que viu o Mundial de 2000 e se tornou ídolo da Fiel na bola laranja

31/08/2019 11h01 Agência Corinthians

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Neste domingo (01/09), o Sport Club Corinthians Paulista completa mais um aniversário. O Timão faz 109 anos. Para celebrar, o site do Alvinegro traz uma série de entrevistas especiais com personagens marcantes na história corinthiana. Um deles é Gustavinho, ex-jogador e atual Supervisor da equipe Sub-19. Símbolo da retomada de uma das modalidades mais tradicionais da história do clube, o basquete, ele analisa a carreira e a passagem pelo Timão.

Confira:

Como era a sua relação com o Corinthians quando era criança? Como herdou essa paixão de torcedor? Chegou a acompanhar o basquete do Corinthians?
"Sempre fui aquela criança que frequentava os estádios. Meu primeiro jogo foi um Corinthians e Palmeiras, com cinco anos, em 1990. Meu pai era palmeirense, mas eu já me dizia corinthiano pela influência dos meus avós maternos. Nesse primeiro jogo, o Corinthians saiu perdendo e quando fez o gol de empate foi uma loucura no Morumbi. Foi paixão instantânea pela torcida. Daí em diante, fui em diversas partidas, principalmente no Pacaembu. Nos anos 90 cheguei a ver um pouco o Corinthians com o Oscar, admirava seu jogo e sua vontade de vencer, ginásio lotado, clássicos no basquete."

Você se identifica muito com o Sócrates. O que você procura se inspirar nele? 
"Sócrates é um oásis no esporte. Sempre defendendo o coletivo, engajado na luta pela igualdade. Um dos pilares da Democracia Corinthiana, um movimento que foi criado dentro do clube, em um momento totalmente repressor no Brasil, que acabou funcionando não só aqui dentro mas que ecoou pelo Brasil, mandando uma mensagem para todo cidadão brasileiro: Unir forças em prol de democracia. Procuro carregar isso, essa 'veia' questionadora, luta pelos direitos humanos, pela igualdade. Tentei levar isso como jogador de basquete por onde eu passei."

Como foi sua vinda para o Corinthians? 
"Estava no Basquete Cearense, passando por um momento pessoal delicado. Minha mãe estava aqui em São Paulo, doente e eu queria voltar para ficar perto dela. Acabei sondando alguns clubes daqui da capital, mas sem sucesso. Recusei também algumas propostas de clubes de fora da cidade. Fiquei três meses sem time e já estava analisando propostas em outras área de trabalho. Queria realmente ficar perto da minha mãe, que foi um grande incentivadora na minha carreira no esporte, só virei jogador graças a ela. Minha mãe acabou falecendo, logo depois surgiu a proposta do Corinthians. Depois de 22 anos sem time, eu fui o primeiro convidado para retomar o projeto de basquete no clube. Não me imagino como jogador de basquete sem ter vestido essa camisa."

Mesmo sendo corinthiano, como foi jogar com a torcida te apoiando a todo momento onde o Corinthians fosse jogar? 
"Ter a Fiel gritando meu nome foi coisa de louco. Sempre fui um torcedor de arquibancada, 'raiz'. A torcida gritar meu nome é de arrepiar, emocionar… é inacreditável. Um sonho de infância. A torcida estava em todo lugar, não há nada igual. Não é só no futebol, a paixão do corinthiano pelo manto sagrado é espetacular.

Qual o episódio mais marcante de sua passagem pelo Corinthians?
"Sem dúvida o jogo mais marcante foi a série final contra o São José pela Liga Ouro de 2018, onde conquistamos o título. Foi uma série épica, com quatro prorrogações, jogos históricos. No final, ganhamos fora de casa, com o apoio da Fiel. Ainda tive o prazer de ser o capitão e conseguir levantar a taça."

Como avalia a sua passagem pelo Corinthians? Qual o maior legado que você deixa no clube?
"Minha passagem pelo Corinthians ainda está sendo escrita. Tenho deixado coisas importantes aqui. Tive muito identificação com a torcida pelo meu estilo de jogo, um jogo de entrega e muita garra. E consegui como capitão liderar um time aguerrido e trazer de volta o Corinthians ao basquete nacional. Acho que consegui passar um conceito de trabalho em equipe, com os jogadores, comissão técnica, dirigentes e sócios do clube. Acredito que por entender todo o engajamento histórico do Corinthians por diversas lutas, consegui representar o torcedor nisso. Talvez minha maior vitória no clube seja essa."

Como foi a decisão da aposentadoria? Como ficar no Corinthians foi importante para essa decisão?
"Fiquei sabendo que não estaria mais no projeto como jogador mas que queriam me manter no clube. Achei interessante a proposta de continuar trabalhando no clube que me identifico e tenho uma grande paixão. Estou muito feliz no trabalho do Sub-19."

Hoje você é supervisor do Sub-19, como pretende passar essa paixão pelo Corinthians para os jovens? Como foi essa escolha? Por que aceitou esse desafio?
"Acho que no Sub-19 a principal função será passar alguns valores para os jovens, como trabalho em equipe, solidariedade. Mostrar que o esporte é um agente de transformação social, entender o que é o Corinthians e o que ele representa para o país, sua importância histórica. Meu papel é formar bons atletas e bons cidadãos. 



Nesses 109 anos de Corinthians, qual o jogo mais marcante para você? 
"Nesses 109 tem muita história. Em 1995, no Paulistão, um golaço de falta do Marcelinho, depois o Elivélton virou o jogo na prorrogação. Ver Tevéz, Ronaldo Fenômeno foi sensacional. Mas o momento mais marcante foi a final do Mundial de 2000. Com 15 anos, eu e uns amigos, pegamos um ônibus e fomos para o Rio de Janeiro ver a final. Um timaço do Corinthians, uma máquina! Foi sem dúvida o momento mais marcante."

Por último, qual mensagem você passaria para o torcedor do Corinthians neste aniversário?
"São 109 anos de história e cada torcedor tem faz parte, contribui para ser o que o Corinthians é hoje. O Corinthians é o time do povo, o time da torcida. Quando o Corinthians faz aniversário, todo corinthiano faz também. Que continue por mais milhares de anos, orgulho de ser corinthiano, de ter vestido este manto. Vai Corinthians!

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