#SeleçãoAlviNEGRA – Ídolos pretos dos 110 anos do Timão

Em série que homenageia o feriado da Consciência Negra, Corinthians relembra atletas negros que fizeram história dentro do clube e fora dele

20/11/2020 09h00 Agência Corinthians

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O Corinthians deve uma grandiosa parte da sua gloriosa história ao esforço, à qualidade e, por que não dizer, à fé alvinegra de muitos atletas negros ao longo de 110 anos. Como homenagem a todos os atletas pretos que atuaram pelo clube, iniciamos uma #SeleçãoAlviNEGRA nos últimos 11 dias, com atletas formando uma equipe de futebol. Agora, lembramos daqueles que honraram o manto alvinegro em diferentes modalidades e momentos do clube.

DOMINGOS DA GUIA (Futebol Masculino)


Foto: Arquivo Corinthians

Um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro, Domingos da Guia nasceu em 1912 e chegou ao Timão já experiente, com 31 anos. Com técnica bastante apurada, ele rodou por clubes como Bangu, Vasco da Gama, Nacional (URU), Boca Juniors (ARG) e Flamengo. O ex-zagueiro desembarcou no Parque São Jorge em 1944.

Pela Seleção Brasileira, Domingos da Guia atuou por 15 anos, entre 1931 e 1946, desenvolvendo um estilo de marcação leal e boa qualidade com a bola nos pés. Disputou a Copa do Mundo de 1938, e foi campeão da Copa Roca em 1945, enquanto atleta alvinegro. No Coringão, conquistou o Torneio Início de 1944 e a Taça Cidade de São Paulo em 1947 e 1948, seu último ano no clube. Ele faleceu aos 87 anos, no Rio de Janeiro, cidade natal, em 18 de maio de 2000.

GERSON (Basquete Masculino)


Foto: CBB

Pivô lendário do basquete brasileiro, Gerson Victalino atuou pelo Timão nos anos 1980, época em que viveu a melhor fase da carreira. Nascido em Belo Horizonte em 17 de setembro de 1959, deu os primeiros passos no esporte em 1979 no Ginástico, da sua cidade natal. Passou por Monte Líbano e defendeu o Timão, sendo campeão estadual e vice-campeão nacional em 1985 e 1986.

Ídolo e recordista na Seleção Brasileira, ‘Gersão’ disputou três Olimpíadas (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992) e esteve na equipe que foi campeã do Pan-Americano de Indianápolis-1987, além de conquistar uma prata quatro anos antes, em Caracas. É o atleta com mais partidas oficiais pelo Brasil, com 63 jogos – 93 se contadas as demais partidas. Ele encerrou a carreira em 2002. Faleceu em 29 de abril de 2020, após lutar contra uma Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), diagnosticada no final de 2019.

BARBOSINHA (Futebol Masculino)


Foto: Arquivo Corinthians

Promissor goleiro desde jovem, Barbosinha nasceu Lourival de Almeida Filho em 11 de setembro de 1941, em São Paulo. Na metade dos anos 1960, a Fiel Torcida chegava mais cedo ao estádio para ver as partidas do time de Aspirantes do Timão, que tinha o goleiro e outro futuro ídolo: Rivellino. Em suas chances na equipe principal a partir de 1967, rapidamente ganhou os fãs corinthianos com defesas elásticas e seguras.

O goleiro passou a ser chamado de 'Barbosinha', em comparação física com o lendário goleiro da Seleção Brasileira que fora injustiçado na Copa do Mundo de 1950. Ele próprio não escondia a preocupação com o estigma que os goleiros negros recebiam. E certa vez, acabou falhando em um Derby no final daquele mesmo ano. Como esperava, a imprensa da época foi cruel com o jogador que até então era ídolo da torcida. Ele realizou sua última partida no início de 1968, deixando o time após 34 jogos. Ele faleceu aos 74 anos em 20 de outubro de 2015, vítima de câncer. 

FLÁVIO MINUANO (Futebol Masculino)


Foto: Arquivo Corinthians

O goleador Flávio Almeida da Fonseca nasceu em Porto Alegre em 9 de junho de 1944. Começou no futebol na várzea no final dos anos 1950, e foi revelado para o futebol profissional pelo Internacional em 1961, onde ganhou a alcunha de “Flávio Bicudo” pelos gols que inclusive o levaram à Seleção Brasileira em 1963 – mas ficaria notabilizado por outro apelido mais à frente.

Em 1965, Flávio foi contratado pelo Timão. Artilheiro nato, o atacante ganhou a alcunha de ‘Flávio Minuano’, dada pelo locutor Geraldo José de Almeida, pelo vento minuano natural do Rio Grande do Sul – estado onde nasceu. Com o manto alvinegro, conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1966, mas seu grande feito foi ajudar a equipe a quebrar o tabu de 11 anos sem vencer o Santos pelo Paulistão. É o nono maior artilheiro corinthiano com 172 gols em 228 jogos. Flávio deixou o Corinthians em 1969.

GERALDÃO (Futebol Masculino)


Foto: José Pinto/Placar

Um dos grandes nomes do Botafogo-SP de 1973 a 1974 junto a Sócrates, Geraldo da Silva chegou no Timão em 1975, aos 26 anos, para vestir a camisa 9 do Timão. Em um time que tinha nomes como Zé Maria, Ruço, Basílio, Vaguinho e Pita, ele acabou se tornando o comandante do ataque alvinegro.

Geraldão se destacou com a camisa alvinegra: ele foi o artilheiro do elenco alvinegro na conquista do título do Fim da Fila, o Paulistão de 1977, com 24 gols. Foi, ainda, campeão estadual mais uma vez, em 1979, após breve passagem pelo Juventus por empréstimo. No mesmo ano, recebeu o ex-companheiro Sócrates no Timão. Ele permaneceu na equipe até 1981, encerrando sua passagem com 278 jogos e 90 gols.

JÔ (Futebol Masculino)


Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Penúltimo recordista como atleta mais jovem a vestir a camisa do Corinthians, João Alves de Assis nasceu em São Mateus, na zona leste de São Paulo, em 20 de março de 1987. Após passar pelo futsal e futebol de campo nas categorias de base, foi alçado ao time profissional alvinegro em 2003, com 16 anos, três meses e 29 dias, após a saída de Liédson. Subindo para o time junto a outros atletas da base como Betão, Marquinhos, Wendel e Abuda, Jô atuou com frequência e passou a ser titular rapidamente.

Em 2005, o centroavante passou a alternar entre o onze inicial e o banco enquanto atuava ao lado de Tevez, Nilmar e Gil na equipe que foi campeã do Brasileirão. Foi vendido para o futebol europeu, retornando em 2017 para dar mais um título nacional e um Paulista ao Timão, e depois foi novamente para o exterior. Desembarcou de volta ao Timão em 2020, e até o momento tem 198 jogos pelo clube, com 48 gols marcados.

GRAZI (Futebol Feminino)


Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Um dos principais nomes do futebol feminino do Brasil, Grazielle Pinheiro Nascimento iniciou a carreira em 1998, aos 17 anos. Atuando como volante e meia, chegou à Seleção Brasileira em 2004, enquanto atuava pelo Botucatu. Foi medalha de prata na Olimpíada de Atenas-2004, além de ouro no Pan-Americano do Rio-2007 e prata em Guadalajara-2011.

Com uma passagem pelo futebol espanhol em 2006, Grazi atuou em diversas equipes do Brasil por dez anos, quando chegou ao Timão em 2016. Com a camisa 7 alvinegra, ela conquistou a Copa do Brasil em 2016, as Libertadores de 2017 e 2019, o Campeonato Brasileiro de 2018 e o Campeonato Paulista de 2019. Atualmente com 39 anos, é a capitã do elenco corinthiano.

NENÊ (Futsal)


Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Weverson Alberto Ramos Lima, o Nenê, tem longa carreira no futsal brasileiro. Atuando como fixo, se destacou pelo Jaraguá e inclusive chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira. Nenê chegou ao Timão em 2015, aos 32 anos, como parte de uma reformulação do elenco alvinegro que o tinha como um dos destaques.

Logo em seu primeiro ano, Nenê foi campeão da Liga Paulista – título que venceria também em 2016 e 2018. Foi um dos líderes da conquista da Liga Nacional em 2016. Além disso, faturou a Copa Paulista em 2018. Atualmente, é capitão da equipe alvinegra, onde utiliza a camisa 7 e está próximo de completar seu centésimo jogo pelo clube.

CESINHA (MMA)


Foto: Divulgação/Fairfight

Atleta de MMA do Timão, César Almeida nasceu na periferia de São Paulo e iniciou no Kickboxing ainda na adolescência. Aos 17 anos, o promissor lutador conquistou o primeiro título na categoria. Em 2010, chegou à grande glória na carreira: foi campeão do WGP, maior torneio da América Latina. E quatro anos depois, manteve o cinturão. Faturou também o título mundial do Super Kombat (WKN).

Cesinha lutou pela primeira vez no MMA em 2016, no evento Shooto Brasil. Ele integra a equipe de artes marciais mistas do Corinthians desde 2017. Em novembro daquele ano, lutou no MasFight em Macau, na China. Em 2019, disputou o Glory, maior evento de Kickboxing do mundo. Além disso, é ativista contra o racismo e luta pela causa nas suas redes sociais.

SERGINHO (Vôlei Masculino)


Foto: Divulgação/Corinthians 

Ídolo do vôlei nacional, Sérgio Dutra Santos foi um dos líderes do elenco formado em 2017 para a disputa dos torneios nacionais e estaduais. Com quatro medalhas olímpicas, duas Mundiais e nove da Liga Mundial com a Seleção Brasileira, o ‘Escadinha’ foi considerado o melhor líbero do mundo durante mais de uma década.

Com uma carreira de 28 anos, Serginho ficou duas temporadas no Timão até o fim do projeto, na metade de 2019. Conquistou a Taça Ouro em 2017, além do vice-campeonato paulista no mesmo ano e o sexto lugar na Superliga na temporada 2017/18 atuando ao lado de outros selecionáveis como Sidão e Marcelinho.

DAMIRIS (Basquete Feminino)


Foto: Divulgação/Corinthians

Promessa do basquete feminino, Damiris Dantas do Amaral foi encontrada por Janeth Arcain, lendária ala-armadora, em Santo André ainda em 2005. Depois, atuando pelo Jundiaí, teve a oportunidade de atuar na Seleção Brasileira com apenas 17 anos, em 2010. Participou do Pan-Americano de Guadalajara-2011, quando conquistou a medalha de bronze. Neste mesmo ano, viveu a primeira experiência fora do Brasil, no Celta de Vigo.

Após retornar ao Brasil, a ala-pivô decidiu tentar o draft da WNBA em 2014, e foi contratada pelo Minnesota Lynx. Atuou ainda pelo Atlanta Dream, quando em 2016 voltou para o Timão para atuar no Corinthians/Americana. Com as cores alvinegras, ajudou a equipe corinthiana a conquistar o Campeonato Brasileiro na temporada 2016/17. Retornou à WNBA mais duas vezes, e hoje está novamente no Minnesota Lynx, como um dos destaques do quinteto inicial.

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