Parabéns ao Corinthians, todos nós!

01/09/2018 10h00

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Tempo de comemoração de aniversário é tempo de relembrar a história. Todos se recordam da origem do nome do clube: a equipe amadora inglesa Corinthian Football Club que, à época, excursionava pelo país.

Por força de uma felicíssima coincidência da língua inglesa, porém, adotou-se o nome Corinthians, com "s", forma pela qual os ingleses eram tratados pelos jornais: "The Corinthians", ou seja, "os Corinthianos". Eram os primeiros Corinthianos: os atletas de um time amador.

Amador, logicamente, no sentido originário da expressão. Não na acepção pejorativa que recebeu no mundo de futebol, uma oposição ao dito "profissional". Nada disso. Amador, ali, era aquele amava.

Corinthians, com "s", designava, pois, aqueles que amavam o time.

Sábia decisão. A escolha revelou-se uma mágica profecia. Desde a sua fundação, Corinthians quer significar Corinthianos.

Foi também visionária a inclusão de uma letra que, entre nós, é utilizada, curiosamente, para formar o plural, a indicar a heterogeneidade e o imenso tamanho dessa verdadeira República Popular.

Hoje, passado tanto tempo, pode-se dizer que a palavra Corinthians, também em português, deve ser compreendida não apenas como um clube, mas como os próprios Corinthianos, os seus amadores.

A história fundiu o significado das expressões e os idiomas, hoje, se equivalem. Corinthians é Corinthianos em inglês e português.

Mesmo antes dessa constatação, já havia dito: não torço para o Corinthians. Sou o Corinthians!

De fato, a nossa trajetória já me fizera perceber que o Corinthiano não é um espectador estático de um time de futebol. É um protagonista do espetáculo.

Não é um inseguro torcedor que se vangloria exclusivamente das vitórias de terceiros, atletas "profissionais". É alguém que vibra com seus próprios êxitos de amador.

Todos nós, logicamente, louvamos a belíssima história e os feitos dos grandes Corinthianos, atletas ou não, desde a fundação até os dias de hoje. Brindamos, obviamente, as conquistas que são de todos.

Mas todo Corinthiano tem uma glória pessoal para contar. Lembranças de um exemplo de sacrifício e devoção; recordações de uma épica viagem atrás do time; demonstrações de intensa paixão por meio de ações amalucadas; memórias de um particular momento de dor; exemplos de fidelidade em épocas difíceis; histórias homéricas de uma redenção; reminiscências da alegria de uma comemoração.

As nossas lágrimas são mais importantes do que o placar da derrota. O abraço no amigo vale mais do que o gol. A catarse da festa é mais relevante do que a vitória. Mais valioso do que qualquer troféu é a medalha que ostentamos no peito. Dentro dele, pulsando.

É essa vocação para o protagonismo; é essa inconformidade com a mera contemplação; que nos distingue. São essas características que nos colocam acima de vitórias ou derrotas. São essas as marcas que nos afastam das paixões volúveis que aquecem e esfriam em interesseira sintonia com a campanha do time.

São essas circunstâncias, enfim, que explicam como a história mudou o idioma, dando razão à antevisão dos fundadores: Corinthians se confunde com Corinthianos.

E é por tudo isso que todos nós Corinthianos, The Corinthians, aniversariamos também.

Aos fundadores, muito obrigado.

Ao Corinthians, ao clube e a todos nós, parabéns!


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