Há 37 anos, Fiel invadia o Rio pela primeira vez

05/12/2013 13h30

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Trinta e sete anos depois, a expressão “Invasão Corinthiana” ainda está em alta pelos episódios inesquecíveis proporcionados pela Fiel durante a trajetória do Bi Mundial. Nesta quinta-feira (05), contudo, a primeira das grandes invasões, ao estádio do Maracanã, em 1976, completa mais um aniversário.

Após viajar 429 km, de São Paulo até o Rio de Janeiro, a Fiel pintou em preto e branco o Rio de Janeiro e o emblemático estádio do Maracanã para a semifinal do Brasileirão de 1976, contra o Fluminense. Em jogo único, também no dia 5 de dezembro, o desafio do Timão seria parar a chamada Máquina Tricolor. Porém, o Corinthians foi um visitante ousado e acabou justificando o esforço de milhares de corinthianos que viajaram pela extensão da Dutra. 

Em jogada das duas diretorias, Vicente Matheus, Presidente do Corinthians, e Francisco Horta, Presidente do Fluminense, negociaram o envio de boa parte dos ingressos para São Paulo. O jejum de títulos do Timão parecia, enfim, ter seus dias contados, mas as provocações de que a Fiel não deixaria São Paulo se iniciaram. Foi o estopim do que ficou conhecido como o “maior deslocamento humano em tempos de paz”, segundo o jornalista Juca Kfouri. No dia 4 de dezembro, ainda em São Paulo, cerca de 70 mil de torcedores partiram com um só destino: o Rio de Janeiro. Na época, o governo aplicava a política de racionamento do combustível, o que torna a Invasão Corinthiana ainda mais notável.

O encontro entre os fiéis e apaixonados torcedores do Corinthians e os cariocas, logo tomou as manchetes jornalísticas e comentários. Em trecho de texto publicado pelo jornal O Globo, no dia 6 de dezembro, Nelson Rodrigues conta: “Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.  Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta. A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: — "O Rio é uma cidade ocupada". Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte”.

Do jeito que deveria ser, debaixo de chuva, nas penalidades, o Timão se classificou a final, após empate em 1 a 1 no tempo normal, com gol de Ruço.
 

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Categoria(s): Skate