Evelyn e Luana: joias alvinegras do basquete 3x3 disputarão Pan-Americano neste fim de semana

Bastante jovens, atletas do Corinthians irão a Lima com longas histórias de amor ao esporte

23/07/2019 13h15 Agência Corinthians

A- | A+


Elenco do Corinthians 3x3, com Evelyn Larissa e Luana à frente; as duas estão com com o Brasil no Pan de Lima. Foto: Corinthians 3x3

O basquete 3x3 do Corinthians terá duas representantes na delegação brasileira que irá à próxima edição dos Jogos Pan-Americanos, sediada em Lima, no Peru, a partir do próximo dia 26 de julho. A modalidade, que é uma das estreantes na competição junto a esportes como surfe e fisiculturismo, terá as atletas alvinegras Evelyn Larissa e Luana Ariescha no elenco convocado para o torneio.

Evelyn e Luana, ambas com 21 anos, começaram as suas carreiras atuando no basquete tradicional, de cinco contra cinco, mas tiveram a chance de conhecer a nova modalidade pela qual se apaixonaram e disputam torneios com a camisa alvinegra há quase um ano.

Junto a Julia Carvalho, Vanessa Gonçalves, a ex-seleção brasileira Karla Costa e Jeanne Moraes, Evelyn e Luana se destacaram no circuito nacional de 3x3 e, com oito títulos conquistados com a camisa alvinegra até aqui, chegaram às posições mais altas do ranking. Com histórias opostas, mas de amor ao basquete, ambas levarão a bandeira do Corinthians à disputa da competição pan-americana.

LUANA ARIESCHA: amor ao basquete vem do berço

Luana Ariescha Fernandes da Silva tem o basquete no sangue. E sangue esse que corre nas veias de uma família bastante numerosa. Hoje, a atleta de 21 anos e originária de Pirituba, na zona norte da capital, tem 23 tios e mais de 100 primos. O motivo: a sua avó adotou muitas crianças – Luana teve 28 tios no total, 16 deles biológicos. Um deles, Carlão, foi o grande responsável pelo amor ao basquete que todos, inclusive ela própria, têm até os dias atuais, treinando boa parte deles em seus primeiros passos no esporte.

Luana é, ainda, irmã de Arthur Pecos, armador de 24 anos recém contratado pelo Corinthians para a próxima temporada do NBB. E com essa hereditariedade com a bola laranja, ela conta que iniciou a carreira bastante cedo, logo aos seis anos, sendo a segunda geração treinada por Carlão – ele deu aulas também para a sua mãe e seu pai, Paulo Tadeu, que inclusive chegou à seleção brasileira.


Luana e a parte 'basqueteira' da sua família. Foto: Arquivo Pessoal

A atleta do time 3x3 do Corinthians e do Brasil, no entanto, quase parou de jogar bem cedo. Aos dez anos, ainda treinada pelo tio Carlão, descobriu um problema sério no coração, que possuía uma veia a mais que o normal. Ela tinha dois possíveis tratamentos: cirurgia, ou remédios. Optou pelo segundo, e ficou pouco mais de um ano afastada. No entanto, voltou às quadras 100% curada.

Seu começo no basquete foi na modalidade 5x5. Assim, ela foi campeã de torneios sub-13 e sub-15. Depois, chegou ao time de São Bernardo, aos 15 anos. Por ele, foi alçada à equipe profissional ainda muito jovem, um ano depois. Atuando no ABC Paulista e também no basquete universitário desde então, ela conta que foi em 2018 quando teve a primeira experiência com o basquete 3x3, onde, admite, apaixonou-se desde o início.

“Ano passado, jogando a LBF (Liga de Basquete Feminino) pelo São Bernardo, houve um campeonato de 3x3 no Jogo das Estrelas, e eu fui chamada. Nunca tinha jogado o 3x3 na minha vida. Fui jogar por São Bernardo mesmo com três amigas, elas me ensinaram por alto as regras, e aí foi amor à primeira vista!”.

Depois da primeira experiência no 3x3, Luana passou a focar na modalidade – sem dar as costas ao basquete comum. Sua chegada ao Corinthians se deu em agosto de 2018, já treinada por Luca Carvalho na equipe Checkball. Desde o início da parceria, o 3x3 corinthiano disputou dez torneios, vencendo oito deles.

“Eu também jogo o 5x5 porque os campeonatos de 3x3 demoram, têm jogos só uma vez por mês. Mas prefiro sem pensar duas vezes o 3x3, depois de começar a jogar eu não quis parar mais”, conta Luana.

O desempenho estelar no time alvinegro fez com que ela e Evelyn fossem convocadas para a seleção brasileira de 3x3. Algo que, reconhece, não estava nos seus planos. “Eu não esperava essa convocação para o time adulto, estava pensando para o Sub-23. Por isso fiquei muito feliz. Estou um pouco ansiosa para o Pan”, admite.

EVELYN LARISSA: polivalência no esporte

Aos 21 anos, Evelyn Larissa Mariano Silva disputará a sua primeira competição como titular da seleção brasileira de 3x3. Sua trajetória no basquete começou sete anos atrás, atuando no basquete de cinco contra cinco. No entanto, esse não foi o seu primeiro esporte: ela fazia ginástica artística nos primeiros anos de vida.

“Meu início no basquete foi sem querer, eu fazia ginástica antes. Quando vi que estava grande demais para seguir na ginástica, uma professora de educação física me viu jogando basquete em uma aula e me chamou para ir fazer um teste. Eu fui e passei. Daí em diante comecei a jogar e não parei mais”, contou. “Minha família sempre foi do esporte, teve gente no balé, dança, arremesso de peso, vôlei, boxe. Eu fui no mesmo embalo”.

Moradora de Guarulhos, na Grande São Paulo, Evelyn deu os primeiros arremessos aos 14 anos, no time da prefeitura da cidade. Nos anos seguintes, ela seguiu atuando pelas categorias de base e ingressou em duas equipes do Sesi em sequência, de Guarulhos e Artur Alvim, disputando torneios sub-15, sub-17 e sub-19. Em seguida, foi contratada pelo São Bernardo e seguiu atuando no 5x5, jogando no time sub-19 e esporadicamente no profissional.

A estreia no 3x3 se deu, no entanto, ainda no time da zona leste paulistana. Em certa ocasião, a sede da equipe receberia um evento da modalidade, e ela foi convidada pelo seu técnico a formar uma equipe. Mesmo sem conhecer as regras do esporte, ela aceitou. “Estudei as regras na internet, joguei e fui campeã do meu primeiro torneio. Peguei gosto pela experiência, e não deixei mais de lado até hoje”.

Se saiu da ginástica para chegar até a seleção brasileira de 3x3, Evelyn não esconde a surpresa com a subida meteórica até representar as cores do país. “Fui convocada como suplente na seleção brasileira adulta no qualifying. E só de ir é treinar, eu já fiquei muito feliz. Agora fui convocada para o Pan entre as quatro titulares, e a felicidade é maior ainda. Todo atleta sonha em pegar uma seleção, e quando você pega, consegue essa vitória, é uma sensação inexplicável.”


Luana (esq.) e Evelyn, de camiseta amarela, em treino da seleção brasileira de basquete 3x3. Foto: Reprodução/Instagram @chicochagas1

Se saiu da ginástica para chegar até a seleção brasileira de 3x3, Evelyn não esconde a surpresa com a subida meteórica até representar as cores do país. “Fui convocada como suplente na seleção brasileira adulta no qualifying. E só de ir é treinar, eu já fiquei muito feliz. Agora fui convocada para o Pan entre as quatro titulares, e a felicidade é maior ainda. Todo atleta sonha em pegar uma seleção, e quando você pega, consegue essa vitória, é uma sensação inexplicável.”

Evelyn atuou com Luana pela primeira vez em 2016 – ambas foram companheiras de elenco na equipe do ABC Paulista. As duas são parceiras no Corinthians desde o ano passado. Fator que, para a atleta, pode ajudá-las no torneio.

“Eu espero só coisas boas. Acho que por já nos conhecermos, jogarmos juntas, poderemos colocar em prática no Pan tudo que treinamos e jogamos no 3x3”, conta. “Minha expectativa para o Pan é poder fazer um ótimo campeonato lá, dedicar 100% nos treinos e jogos para poder voltar com uma medalha no peito”, projeta.

CHANCE DE MEDALHA

Técnico de Evelyn e Luana, Luca Carvalho acredita em um bom desempenho das suas comandadas no Corinthians. As duas chegaram ao hall da fama do NB3x3 no país – Luana, inclusive, é a segunda melhor atleta no ranking adulto, e a primeira no ranking Sub-23. Ele, por sua vez, é auxiliar técnico dos times adultos do Brasil, e acredita na evolução das atletas alvinegras em Lima.

“A Evelyn e a Luana são jogadoras novas. Elas precisam de rodagem, de experiência, e talvez esse Pan possa fazer isso por elas. Nada melhor que um campeonato internacional contra atletas com um nível maior que o que elas encontram aqui para ganharem maturidade. Como são seis equipes (no torneio), a chance de medalha é alta”, avalia.

Com Evelyn e Luana, o Brasil enfrentará outras cinco seleções na primeira fase do Pan de Lima: República Dominicana, Venezuela, Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Os jogos serão entre os dias 27 e 28 deste mês. As quatro melhores equipes se classificam para as semifinais, no dia 29, e os vencedores farão a final, no mesmo dia.

Tabela do Basquete 3x3 feminino no Pan-Americano de Lima-2019:

27 de julho
Brasil x Rep. Dominicana – 16h30
Brasil x Venezuela – 20h30
Estados Unidos x Brasil – 23h00

28 de julho
Brasil x Argentina – 18h30
Uruguai x Brasil – 22h00

29 de julho – fase final
Semifinal 1º x 4º - 11h00
Semifinal 2º x 3º - 11h30
Disputa de 5º x 6º - 13h00
Disputa do Bronze – 14h00
Final – 15h00


Tags: notícias, Basquete, Basquete 3x3

Categoria(s): Basquete, Basquete (3x3)