#Timão109: 22 anos após chegada ao Corinthians, Poliana Okimoto exalta carreira vitoriosa na natação

Em entrevista, nadadora relembra passagem no clube iniciada aos 14 anos, profissionalização nas maratonas aquáticas e títulos no clube do coração

30/08/2019 18h00 Agência Corinthians

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Fotos: Arquivo Pessoal

Uma das principais atletas da história da natação brasileira, Poliana Okimoto, 36, está aposentada há um ano e meio. Campeã mundial de Maratona Aquática em 2013 e bronze na Olimpíada do Rio-2016, ela agora dá novos passos na carreira com dois projetos no esporte que a consagrou. Em entrevista comemorativa ao aniversário de 109 anos do Alvinegro neste domingo (01), ela relembra a origem na zona leste da capital paulista, a carreira profissional iniciada aos 14 anos de idade no Timão, e conta sobre a homenagem que receberá do clube do coração: será eternizada na Calçada da Fama do Parque São Jorge neste sábado (31).

Confira a entrevista:

Como foi o seu começo na natação? Com que idade caiu na piscina pela primeira vez?

Eu sou de São Paulo e comecei a nadar em uma academia chamada Munhoz, da zona leste, que não existe mais, mas era uma academia bem tradicional e tinha um treinamento especializado em distâncias mais longas. Comecei a nadar mais pela segurança, minha mãe tinha medo dos filhos se afogarem, então ela colocou todos os filhos na natação. Entrei lá com dois anos e meu irmão com quatro. Desde pequenininha sempre fui apaixonada por água, mas o meu irmão odiava, e eu sei que se meu irmão não fosse nadar, minha mãe ia acabar parando de me levar. Aí meu irmão saía de casa, ia para a rua, se escondia para não ir pra aula de natação, e eu ia atrás dele pegando pelos cabelos (risos) para leva-lo para a natação.

E como foi a chegada ao Corinthians?

O meu técnico no Munhoz, Ismar Barbosa, foi contratado pelo Corinthians, em 1997, e eu fui com ele. Os treinos eram praticamente iguais, já que o técnico foi contratado para ser o treinador principal do clube, e aí mesmo eu tendo 14 anos, já treinava com a equipe principal do clube. A mudança foi muito boa, porque na academia eu treinava com as crianças da minha idade, e quando fui para o Corinthians comecei a treinar com o pessoal mais forte, mais velho, e isso me ajudou muito a evoluir.

 

Você começou muito cedo na natação. Sempre projetou virar atleta profissional?

Acho que as coisas foram acontecendo ao longo do tempo. Naquela época não havia tanta divulgação do que era ser um atleta, do que o atleta tinha que fazer para ser um atleta, o acesso à informação era muito difícil, não tinha internet. Então a referência de atleta na natação profissional na época era o Gustavo Borges, e ele não treinava no Brasil, então era uma coisa que ficava muito longe, aquela coisa de ídolo que é uma estrela, um super-herói, e você é uma pessoa normal. Hoje o ídolo já treina no Brasil, está muito mais próximo do atleta das categorias de base. Assim, eu não sei se tinha essa vontade (de virar atleta profissional), o que eu tinha era a minha competitividade, e desde criança, ainda nadando com o meu irmão. Vi na natação uma forma de tirar isso de mim.

Você já revelou que sempre foi corinthiana. Como foi para você chegar tão longe no esporte representando o seu clube do coração?

É muito legal defender o clube que você torce, que é apaixonado. E no começo, quando o time de futebol ainda não tinha o CT, a gente encontrava com os jogadores no clube, então tinha essa troca, saber que eles estavam ali, e que são ídolos do esporte, também. Lembro que na época do Ronaldo (Fenômeno), quando voltei pro clube em 2010, eu estava com uma lesão no ombro e no quadril, e estava tratando com o pessoal do futebol, com o Bruno Mazioti, e encontrava muito o pessoal do futebol lá. Foram momentos legais em que a gente conseguia ver um pessoal de outro esporte. A gente fica tão focado nos nossos objetivos que não olha para o lado, mas no Corinthians tem outros esportes onde você pode ter essa troca com outros atletas.


Agora que você está aposentada, quais são os seus projetos?

Estou aposentada desde o final de 2017, e só comecei a viver uma vida normal desde 2018. Fui atleta do clube por oito anos. Os projetos eram coisas que eu já programava fazer, mas não tinha tempo, pois quando você treina o foco é sempre o treino, o dia a dia, a rotina. A Assessoria foi a primeira coisa que eu fiz  logo que me aposentei. Era uma cosia que eu queria muito, lidar com os atletas amadores, porque são eles quem fazem o esporte crescer. Era um público que eu queria lidar, e aí abri a assessoria junto com o meu técnico e marido. E a Travessia Poliana Okimoto eu idealizei já tem um tempo, mas é um evento que demanda muita energia e muito trabalho. No ano passado foi muito desgastante, e o workshop foi sensacional, esgotamos todas as vagas, mas teve um grande empecilho que foi o mar. No ano passado ele estava muito revolto, e a gente decidiu não colocar as pessoas no mar. Mas todo mundo estava muito feliz de estar lá, as pessoas tirando fotos, até fizeram um museuzinho da Poliana Okimoto.

Você vai entrar na Calçada da Fama do Parque São Jorge 22 anos depois de chegar nele. Qual o sentimento ao olhar para trás e ver sua trajetória pelo clube?

É um sentimento de gratidão muito grande, porque foi o Corinthians que abriu as portas para mim na natação profissional. Foi ali que eu comecei a entender o que viria pela frente. Quando olho para trás e vejo tudo que eu passei, o que aconteceu na minha vida, tantas alegrias e algumas decepções, que fazem parte do processo de amadurecimento, eu tenho uma gratidão muito grande por tudo o que o clube fez, tudo que representou para mim e representa para a natação, porque não foi só pra mim que o clube fez isso. A gente sabe que o Corinthians vai estar sempre entre os melhores clubes de natação do país e a gente sabe que pode contar com ele.


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Categoria(s): Natação