Clique único do exato momento do gol de Tupãzinho. Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
Trinta anos atrás, o lance que se tornava um dos momentos mais importantes da história do Corinthians era registrado por algumas câmeras de emissoras de TV e, é claro, transmitido ao vivo. Tupãzinho foi o responsável por eternizar a vitória alvinegra por 1 a 0 na decisão do Campeonato Brasileiro de 1990, que todo mundo viu na televisão. No entanto, em fotografia, o registro do momento do chute foi feito por uma única pessoa.
O fotógrafo Daniel Augusto Jr., curiosamente é funcionário
do clube e acompanha o time principal desde 2003. Ele registrou, por exemplo, os
títulos da Libertadores e Mundial em 2012, Brasileiros de 2011, 2015 e 2017,
dentre outros. Mas foi ele que, em 16 de dezembro de 1990, fez o principal
clique do lance-símbolo da campanha alvinegra.
Daniel era fotógrafo freelancer e, contratado pela revista
Placar para trabalhar nos jogos da reta decisiva do Brasileirão, ele esteve na
primeira partida da final, em 13 de dezembro, no Morumbi – lá, viu o gol de
Wilson Mano na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo. E também tinha sua posição confirmada na
segunda partida.
Ao chegar no estádio, cumpriu o seu ritual habitual, como
contou em recente texto publicado pelo portal Globoesporte.com: silenciou-se e
começou a se concentrar nas quatro linhas. De lá, acompanhou o primeiro tempo
que empatou sem gols.
“No intervalo, ao invés de ficar papeando com os amigos,
sentei no chão e sequer olhava para os lados, concentrado. No segundo tempo o
time atacaria para o meu lado, e a adrenalina foi a níveis estratosféricos. Eu,
de corinthianismo herdado do Sr. Daniel Augusto, teria que estar atento pois se
algo acontecesse para o meu lado eu teria que registrar”, contou ao GE o
fotógrafo.
Para o Corinthians.com.br, Daniel relembrou os momentos que
antecederam o lance do gol, que saiu aos nove minutos.
“Sentado no chão na posição que eu estava, quando fosse
escanteio para nós a visão não era muito boa, e eu, me deslocava para a lateral
do campo para ter uma visão melhor. Não lembro direito, mas muito
provavelmente, eu tinha ido para a lateral e "esquecido" de voltar
pro meu canto”, detalhou.
Sendo assim, da lateral – e não da bandeirinha de escanteio –
o fotógrafo viu a construção da jogada do gol. Tupãzinho e Fabinho iniciaram
uma tabela ainda na intermediária, chegaram até a entrada da área, e o lance
terminou dentro com um chute do ponta-direita para o gol, que Zetti defendeu e
o camisa 9 deu um carrinho para empurrar para o gol. Mas o corinthiano Daniel
nem teve tempo de comemorar, afinal, o dever vem em primeiro lugar.
“Concentrado do jeito que eu estava, os momentos de ataque
nosso eram sempre de grande, enorme preocupação, porque poderia sair o gol.
Como acabou saindo. Fica até complicado falar, porque para mim, uma final do
Corinthians é igual jogar contra qualquer time. Entro sempre focado demais,
concentrado demais, e querendo sempre e sempre, que o Corinthians ganhe”,
relatou.
A porção torcedora de Daniel ficou para os momentos antes e
depois do jogo. Onde ele concorda com a avaliação de que o time se superou, e
teve no craque Neto e em Ronaldo os principais jogadores de toda a campanha.
“O que se dizia na época, reconhecido até pelos jogadores, é
que o adversário era melhor. Mas com certeza eles colocaram o coração na ponta
da chuteira, e tínhamos o incrível, insuperável, improvável, insubstituível,
Neto, que virou a vantagem de Bahia e Galo. E Ronaldo, é claro”, analisou.
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