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O Corinthians viveu altos e baixos durante a disputa do Campeonato Brasileiro de 1990. O Alvinegro havia começado muito mal o torneio, com duas derrotas e um empate que inclusive o fizeram trocar de técnico: saiu Zé Maria e entrou Nelsinho Baptista, que havia sido vice-campeão paulista pelo Novorizontino semanas antes.
A chegada de Nelsinho fez o time dar uma virada de 180 graus. O primeiro jogo foi logo um Derby, vencido por 2 a 1. E a partir dali, foram seis vitórias e um empate, este em um clássico contra o São Paulo fora de casa. E após o triunfo sobre o Náutico, último da série positiva, mais um empate fora de casa, desta vez diante do Bragantino, o atual campeão Paulista, por 2 a 2.
A partir dali, no entanto, o que era uma sequência de vitórias, transformou em uma incômoda fase sem vencer. Depois do empate contra o time de Bragança Paulista, vieram mais duas igualdades contra Bahia e Portuguesa, ambas sem gols, uma derrota fora de casa para o Botafogo, e um novo 0 a 0, desta vez contra o Vasco no Pacaembu.
Nelsinho, então, tinha um problema. A equipe estava há quatro jogos sem marcar um gol sequer. Como resolver a seca? Ele então comandou um jogo-treino contra o time sub-20. E nele, um jovem atacante se destacou: Dinei. O corinthiano filho de um ex-atleta do clube, integrante de torcida organizada, tornou-se então a solução.
O comandante alvinegro decidiu promover Dinei para a equipe profissional, e mais do que isso, o garantiu na escalação titular que enfrentaria o Santos. O 11 inicial que entrou em campo no Pacaembu dia 04 de novembro foi: Ronaldo; Giba, Marcelo Djian, Guinei e Jacenir; Márcio Bittencourt, Ezequiel e Neto; Tupãzinho, Fabinho e Dinei.
Dentro de campo, o Timão começou bem o jogo e marcou ainda na primeira etapa. Guinei começou a jogada ainda na zaga lançando Neto. O camisa 10 e capitão driblou dois atletas santistas com um chapéu no centro do campo e avançou com a bola dominada até a entrada da área, quando serviu Fabinho na direita. O ponta-direita alvinegro cruzou na saída do goleiro e Dinei, na pequena área, cabeceou para o fundo do gol.
Com a camisa 9, Claudinei Alexandre Pires levava as mãos ao rosto sem parecer acreditar no que havia feito: marcava o seu primeiro gol logo na sua primeira partida como profissional. Depois, ainda deixaria o campo para dar lugar a Paulo Sérgio. O goleiro reserva Wilson também entraria, no lugar de Neto após a expulsão de Ronaldo. Mas aquele dia era de Dinei, e do Timão, que seguraria o resultado mesmo com um a menos e voltaria a vencer após cinco partidas — e outra vez, renascendo após um clássico.
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