Foto: Acervo Corinthians
É rara a qualidade de um atleta que consegue alcançar a marca de 200 gols anotados por um mesmo clube. O Corinthians teve um atleta que atingiu precisamente essa marca, tornando-se ídolo entre o final dos anos 1930 e a década de 1940 quase inteira: Servílio, que realizou a sua última partida vestindo o manto alvinegro há exatamente 72 anos.
Na ocasião, o atleta – que apesar da expressiva marca em gols anotados, era meio-campista – entrou em campo como titular no amistoso diante da Portuguesa no estádio do Pacaembu em 8 de março de 1949. O técnico Joreca escalou como titulares: Bino; Belacosa, Moacir, Belfare; Touguinha, Hélio, Noronha, Servílio, Edélcio, Baltazar e Colombo.
Dentro de campo, o Timão foi melhor que o adversário no primeiro e no segundo tempos de jogo, marcando um gol em cada – Colombo abriu o placar aos 39 minutos e Noronha encerrou o marcador aos 19. O ídolo atuou durante todos os 90 minutos, com Joreca colocando em campo Rubens e Palmer nas vagas de Belacosa e Belfare.
Encerrava-se ali a passagem de Servílio pelo Timão. Nascido em São Félix, na Bahia, em 15 de dezembro de 1915, foi descoberto em uma excursão alvinegra pelo nordeste em 1938, quando a direção o viu atuar pelo Galícia, da capital baiana. No mesmo ano ele foi contratado, e se notabilizaria por atuar no meio-campo ofensivo corinthiano por 11 anos.
Servílio de Jesus foi três vezes campeão do Paulistão logo em sua chegada, em 1938, 1939 e 1941. Além disso, em 1945 virou atacante e foi o artilheiro do Estadual por três temporadas consecutivas, em 1945 (17 gols), 1946 (9 gols) e 1947 (20 gols).
Com o triunfo sobre a Portuguesa, completou 364 jogos como atleta. Em três destes foi jogador e técnico, em 1948: antes da chegada de Joreca, formou-se um comando conjunto com o ídolo Cláudio e também o volante Hélio. Aposentado pelo Ypiranga, o ‘Bailarino’ Servílio faleceu em 10 de abril de 1984 na capital paulista.
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